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Desafios no diagnóstico da SHR (Síndrome Hepatorrenal)

A Síndrome Hepatorrenal (SHR) é uma condição complexa e comum entre indivíduos com doenças hepáticas crônicas graves, como cirrose avançada ou ascite. A doença caracteriza-se pela disfunção renal desencadeada por mecanismos compensatórios fisiológicos superados. Embora seja essencial que médicos e profissionais de saúde estabeleçam a gestão eficaz da síndrome, os desafios no diagnóstico ainda são um ponto de atenção.


Entre os obstáculos enfrentados na busca pelo diagnóstico da SHR estão os sintomas sutis, que podem levar a subdiagnóstico ou diagnóstico tardio. A deterioração da função renal associada à SHR, que pode ser confundida com outras condições, acaba exigindo uma abordagem integrada e a consideração de múltiplos fatores clínicos. 


Em razão da falta de testes específicos, o diagnóstico de SHR é considerado de exclusão, deve ser baseado na exclusão de outras causas de insuficiência renal que acometem pacientes com cirrose. De acordo com documento do Programa de Educação Continuada da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) sobre a Síndrome Hepatorrenal, a doença subdivide-se em dois tipos: 


Síndrome Hepatorrenal Tipo 1: caracteriza-se por insuficiência renal rapidamente progressiva, definida como aumento de 100% nos valores basais da creatinina sérica sempre que o valor final for superior a 2,5 mg/dl em um intervalo de tempo de até 2 semanas. 


Síndrome Hepatorrenal Tipo 2: é caracterizada por diminuição moderada e constante da função renal (creatinina sérica entre 1,5 e 2,5 mg/dl) na ausência de outras causas de insuficiência renal. 


Tratamento

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), cerca de 18% dos pacientes com cirrose ou ascite desenvolvem SHR. A síndrome associada à cirrose com pior prognóstico possui mediana de sobrevida de cerca de duas semanas se não tratada. Por este motivo, por muito tempo foi considerada um evento terminal da cirrose. Hoje o tratamento indicado para pacientes com SHR do Tipo 2 é o transplante hepático, levando a crer que a SHR seja uma patologia funcional devido à sua possibilidade de reversão após o transplante hepático.


No entanto, devido ao prognóstico ruim da SHR Tipo 1, a aplicabilidade clínica do transplante hepático é bastante improvável nesses pacientes, a menos que sejam empregadas outras medidas que consigam prolongar a sobrevida desses pacientes a curto prazo.


Alternativas como hemodiálise e hemofiltração arteriovenosa ou venovenosa são frequentemente utilizadas em pacientes com SHR como medidas temporárias enquanto o paciente aguarda o transplante do fígado, mas ainda não têm eficiência avaliada de forma criteriosa. 


Conscientização é palavra-chave

Naturalmente, a conscientização sobre a SHR é fundamental para que cada vez mais pacientes recebam um diagnóstico correto precoce. Estudos revelam que a prevalência dessa síndrome está em ascensão no Brasil e que também há uma subnotificação, indicando que muitos casos podem passar despercebidos. É possível que a falta de familiaridade dos profissionais de saúde com os sintomas e a complexidade do diagnóstico contribuem para esse cenário. 


Fontes: Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Hepatologia


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